terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O BELO NA ARTE

A Estética


“O segredo da arte está na operação pela qual se transcende o objeto”.

       Múltiplas vezes confundimos o Belo com as coisas belas. A idéia do Belo é indissociável do Ser porque não é propriedade de nenhum corpo ou forma em especial e possui a qualidade de se reproduzir no infinito sem qualquer limitação ou seja é atemporal e indestrutível. Assim, quando afirmamos que isto ou aquilo é Belo deveríamos antes dizer que isto é possuído pelo Espírito da Beleza. As obras-primas não têm época; são de todos os tempos e participam de todas as formas de criatividade.

      É a própria dimensão da consciência humana que permite revelar com mais ou menos perfeição a ideia do Belo. Ao longo da nossa história alcançamos momentos de incomparável beleza, mas noutros também nos afundamos em abismais terrenos de destruição.

     A plasmação da arte segue os grandes ciclos da vida e, como tal, está sujeita a ver nascer e morrer os seus corpos. Por amor à arte fizeram-se músicas, poesias, pinturas e templos e o Espírito do amor nela depositado reencarnou em outros corpos, em outras formas de arte até um dia inundar por completo as nossas vidas.

     A nossa sensibilidade para com a arte nasce da consciência estética. A estética é a ciência que estuda as formas de representação da beleza. Através dela podemos analisar a forma como foi sentida a beleza ao longo dos tempos.

    A estética educa a nossa Alma e permite-nos reconhecer a natureza do Belo verdadeiro.

    Através da estética entramos em contacto com o plano mental, espiritual e físico ou material.

   Entre o terreno e o sublime, entre a obscuridade da matéria e a claridade do Espírito, oscilam os nossos esforços para alcançar a harmonia e ultrapassar a dissolução da morte. Assim, as artes vão representar imagens que perscrutam o outro lado da vida sensível, utilizando a alegoria como degrau de uma escada para alcançar o infinito. O simbolismo é um instrumento poderoso na interpretação da arte, é um elo de ligação entre o mundo objectivo da representação e o mundo subjectivo da intuição. No entanto nem sempre o símbolo é introduzido de forma consciente mas basta um ponto, um traço para revelar algo da intenção do artista.

   Quanto mais consciente é a arte, mais poder é emitido ao redor pois consciência é saber o que fazer e como fazer. Deste modo a imagem do homem de cada época é visua-izada na arte, através dele revelam-se os estados da Alma colectiva e individual, são sentimentos que nos falam da realidade vivida naquele momento exacto. Quando a Alma está embriagada por um sopro de transcendência surgem imagens de uma suprema beleza; quando a Alma desviada do seu alvo espiritual se mistura com as trivialidades humanas, então torna-se sofredora e contagia-nos um alento sinistro de decomposição. Deste cenário Dantesco o Homem é o centro da criação e da sua própria destruição.

Françoise Terseur



Pintora, Investigadora e Professora da Nova Acrópole

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